segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A ascensão da lancheira!






Quando comecei a trabalhar na OPTIMUS Negócios, há umas semanas, uma das primeiras lições que um dos meus colegas mais veteranos, o António, me passou foi a de que não seria sustentável estar todos os dias a ir almoçar ao restaurante. Teria que me habituar a levar o almoço de casa, na tradicional lancheira, caso contrário estaria a "trabalhar para pagar o almoço.", nas palavras do António. Somos hoje uma equipa de 6 pessoas, 5 homens e 1 mulher, e todos vamos trabalhar acompanhados das nossas lancheiras e fazemos da hora de almoço um momento de excelente convívio.
Este meu caso não é isolado, cada vez são mais os portugueses que saem todas as manhãs acompanhados das suas lancheiras, num esforço para poupar onde é possível, tal é a dimensão do aperto a que anos de desvario governativo nos condenaram.
Foi hoje entregue na Assembleia da Republica o Orçamento de Estado para 2012, o mais duro de que há memória! É pedida á classe média, sobretudo aos funcionários públicos , sacrifícios cuja dimensão não consigo aceitar como decentes.
Ainda agora ouço o Ministro das Finanças, com um ar absolutamente devastado e impotente dizer que os cortes estarão em vigor até ao fim do programa de resgate (2013) e admitir a existência de mais buracos. Há dias Passos Coelho admitiu publicamente que estas medidas contrariam as promessas eleitorais do PSD, o que configura uma cuspidela na dignidade de todos os militantes do partido que lutaram pelo fim do socratismo e que se vêm enganados. Para que insistem alguns em candidatar-se para altos cargos, fazerem propostas eleitorais, se uma vez lá chegados se revelam impreparados e surpresos pelas circunstâncias?
Temos um PS a comportar-se como se o simples facto de ter mudado de líder os isentasse de todas as responsabilidades, quando muitos dos que se sentam na AR foram a base de apoio de Sócrates e assistiram impavidos e serenos aos "crimes" que o seu governo cometia. Vemos uma esquerda que já ultrapassou o limite do patético, ao ponto de ser já triste. Irão para mais um voto contra um OE, sem nada de util proporem como alternativa. Os sindicatos mais uma vez reciclam taticas dos anos 80, sem conseguiram perceber que os tempos evoluíram. Acabaram por se tornar irrelevantes.
A crise é mundial, a Europa de Merkel e Sarkozy está sem rumo, tão fracos são esses líderes (apenas Durão Barroso mostra pulso). A situação na Grécia não tem solução possível, a Itália do descontrolado Berlusconi caminha para o desastre, o Euro treme, nos Estados Unidos as diferenças ideológicas entre Republicanos e Democratas impedem Obama de combater eficazmente a crise.
Noutros países a contestação é forte, com focos de violência. Em Portugal ela existe, mas de maneira moderada. Os portugueses continuam a mostrar coragem e estoicismo perante as dificuldades. É certo que ainda existem imensos focos de absentismo, fuga aos impostos, preguiça. Mas a maioria está empenhada em não se deixar vencer.
A lancheira é bem um símbolo desta luta, deste empenho. Da procura de soluções, do corte nas despesas mas sem ceder demasiado na qualidade de vida. Da esperança de que melhores dias virão.
Na minha equipe de trabalho referimos-nos a nós mesmos como a brigada da lancheira. Fazemos-lo com humor e orgulho. Porque quem trabalha com seriedade, empenho e honestidade não tem de que se envergonhar.
Viva a lancheira!
Tenho Dito!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Jardim 45- "democratas" 0


Os Madeirenses decidiram, está decidido! Após uma campanha eleitoral absolutamente ensurdecedora, na qual se criou uma verdadeira frete anti-Jardim, com a maioria da comunicação social do continente activamente empenhada, o certo é que o PSD-Madeira conseguiu a sua 45ª vitoria consecutiva.
É certo que foi a sua vitoria mais curta, é certo que fica uma mensagem de desagrado do eleitorado com a politica irrealista que nos últimos anos se praticou no arquipélago, mas não deixa de ser uma maioria absoluta.
Cabe agora a Alberto João Jardim entender o que os tempos lhe reservam, as dificuldades que aí vêm, e proceder a uma mudança de atitude. E cabe ao Presidente da Republica e Primeiro-ministro terem para com esse senhor uma politica de tolerância zero quanto a disparates e loucuras.
O verdadeiro derrotado destas eleições foi o PS. O eleitorado puniu claramente a politica do bota-abaixo, da politica rasteira. O comportamento lamentável de um partido que ignorou as suas enormes responsabilades na situação que vivemos foi severamente punida pelo eleitorado numa mostra de sabedoria.
No demais nota para o excelente resultado do CDS, agora segunda força politica do arquipélago, mostra de um trabalho equilibrado e competente que vai dando resultados.
Péssimo resultado para a esquerda, com a CDU a eleger apenas um deputado (tantos como o PND, PAN ou MPT) e para o "desastre" do BE que bem deve preocupar Louçã e cia. O bloco é um fenómeno em esvaziamento claro.
E referir também o efeito José Manuel Coelho, que a bordo do PTP elegeu três deputados (ele, a filha e o cunhado) e mostrou uma vês mais que a politica portuguesa mostra sintomas de doença grave.
Tenho Dito