sexta-feira, 3 de agosto de 2012

The Dark Knight Rises - análise


Possíveis SPOILERS. Leia apenas se já viu o filme!!!!

Após três longos anos de espera pude ontem, finalmente, assistir á conclusão da mais brilhante triologia da história do cinema, a do Batman de Christopher Nolan. E valeu a pena esperar. Se valeu!

O filme não é perfeito, mas oferece-nos o melhor final possível para uma saga construída de principio ao fim com pés e cabeça. É um filme onde as marcas dos dois primeiros estão bem presentes, uma história "escura" e pesada, assente num realismo que se tornou bandeira destes 3 filmes. Não será o melhor dos três, essa marca vai para o segundo (the Dark Knight), mas está perfeitamente á altura dos seus dois antecessores.

Nolan conclui de forma certeira todas as linhas argumentais que tinha em aberto, sobretudo as do primeiro filme (Batman Begins) com o qual este filme tem uma ligação muito estreita. Todas as principais personagens, as que nos acompanharam durante 3 filmes, vêm concluido os seus arcos pessoais.
Dark Knight Rises é um filme muito ambicioso, mas não se deixa perder nessa ambição como tantos o fizeram no passado. É um típico filme de Nolan, brilhante na forma como as cenas se sobrepõem umas ás outras, como os temas se completam.

Aqui assistimos ao final da história de Bruce Wayne. Após 8 anos em reclusão, as circunstâncias vão obrigar ao regresso de Batman, numa Gotham onde, apesar de o crime organizado ter sido derrotado, se ergue um novo mal de dimensão muito superior. Christian Bale tem aqui uma performance perfeitamente em linha com as anteriores, segura, o que o converte no Batman definitivo de toda esta geração.

Vários favoritos regressam. Michael Caine como Alfred tem mais uma poderosa interpretação. A sua luta para que Bruce possa um dia abraçar uma vida normal é tocante.
Morgan Freeman como Lucius Fox é outro dos pontos fortes. O papel de Lucius ao longo destes 3 filmes foi uma das grandes adições de Nolan ao universo de Batman.
Gary Oldman como Comissario Gordon é, para mim, uma das verdadeiras estrelas do filme. A trajéctoria de Gordon foi uma das linhas que ligou os 3 filmes, e neste vemos um Gordon dividido em termos morais, guardião de um segredo que o consome (relativo a Harvey Dent) , mas que termina o filme mostrando toda sua bravura, heroísmo e coração.

Quanto á novidades, o minimo que se pode dizer é que foram na mouche.
Tom Hardy é um Bane perfeitamente aterrador. A seguir ao Joker de Ledger era impossivel a fasquia estar mais elevada, mas o certo é que Hardy esteve á altura. Uma interpretação de grande intensidade, onde as expressões faciais (dos seus olhos) demonstarm estarmos perante um actor imenso. Este Bane é um vilão que coloca novos desafios, morais e fisicos, uma escolha fantastica para esta conclusão.
Anne Hathaway é uma excelente surpresa. A sua Selina Kyle (Catwoman) de moralidade tão dubia, enche o filme. A sua trajectória, repleta de zigue-zagues torna-a essencial ao filme.
Marion Cotillard como Miranda Tate parece de inicio apenas mais uma adição secundária ao filme. Não o é. E mais não digo.
E Joseph Gordon-Levitt como John Blake é a surpresa maior deste filme. E não é apenas pelo seu muito tempo de ecrã. Arrisco mesmo a dizer que Blake é, a par de Wayne, a personagem principal do filme. Digamos só que o titulo do filme terá mais a ver com Blake do que com o próprio Wayne.

Este é um filme que ousa levar toda uma mitologia em novas direcções. Respeita tudo que o Batman significa, mas não se limita a repetir receitas antigas, faz toda uma mitologia evoluir. Inspira-se em duas das maiores sagas de sempre do Batman (e 2 das minhas favoritas), KNIGHTFALL e NO MAN`S LAND, mas não as repete, torna-as ainda melhores.
A triologia de Nolan é brilhante. Lança os filmes inspirados em super-heróis para um novo nível. Não é apenas um êxito de bilheteira, mas também de critica. Prova que acção pode conviver com drama, suspense e sobretudo qualidade. Óscares exigem-se.

Terei saudades destes filmes (Nolan já confirmou que não realiza mais). Resta-me esperar por um reboot. Ou esperar que a WB tenha a coragem de prosseguir esta saga. A porta ficou aberta.
Tenho Dito