terça-feira, 29 de março de 2011
segunda-feira, 28 de março de 2011
VAMOS AO JAMOR
Se no inicio de cada época desportiva perguntarem a um Vitoriano qual é o seu grande sonho para essa temporada, a resposta que se ouve é logo uma: "ir ao jamor!". É assim desde que me lembro.
O Vitoria já lá esteve por 4 vezes, sempre sem a sorte de ganhar. No entretanto, clubes de igual ou menor dimensão já ganharam a Taça que teima em nos fugir. Clubes como o Boavista, com 5 taças, Belenenses e Setúbal, com 3 cada um, Braga, Leixões, Estrela da Amadora, Académica ou Beira-mar, com 1 Taça cada. E nós sempre com esse desejo por cumprir.
Primeiro em 1942, nos primórdios do futebol Português, perdemos com um Belenenses, que era á época um dos grandes do nosso futebol, por 2-0. Depois, em 1963, perdemos 4-0 com um Sporting que era nessa altura um clube fortíssimo. Seguiu-se em 1976 um dos mais infames roubos da historia do futebol Português em que nas Antas um individuo de nome António Garrido nos roubou uma taça para a dar ao Boavista. Resultado foi de 2-1 e 3 penaltis por marcar. Seguiu-se a final de 1988, ano em que o Vitoria fez um péssimo campeonato e quase desceu, e que encontrou na final um Porto que tinha "apenas" ganho a taça dos campeões europeus no ano anterior e a intercontinental e supertaça europeia nesse ano. Perdemos por 1-0.
E desde aí mais nada. 23 anos de travessia do deserto, com alguns episódios dramáticos, dos quais me recordo de três.
O primeiro em 1990, onde nas meias finais defrontávamos o Estrela da Amadora. Após empate na Reboleira seguia-se o desempate em Guimarães. O vencedor jogaria a final com o Farense, então na 2ª divisão, que tinha eliminado o Belenenses. Ganhou o Estrela, com um golo de Basaula, jogador emprestado pelo... Vitoria!!!
Em 1993 chegados de novo ás meias-finais, jogo em casa com um Benfica verdadeiramente forte, com jogadores como Rui Águas, Isaias, Futre, João Pinto, Scharwz, Paulo Sousa, Rui Costa, etc... A 10 min. do fim ganhávamos por 1-0 e o treinador lança Basilio em jogo para defender o resultado. Basilio teria aí o jogo mais negro da sua carreira, fazendo em 5 min. duas assistências de golo... para 2 jogadores do Benfica! Perdemos 1-2 e o Benfica iria para a final trucidar o Boavista por 5-2. Vi, ainda miúdo, esse jogo no estádio e nunca mais me esquecerei dele.
Em 2006, o ano negro em que descemos de divisão, chegamos á meias finais e coube-nos ir jogar a Setúbal frente ao detentor da Taça. Chegamos ao final do prolongamento a ganhar, mas o Setúbal nos descontos empatou. Nos penaltis perdemos. O Setúbal iria á final perder com o Porto 2-1 e nós, acusando o severo golpe, descia-mos de divisão. Recordo-me dos milhares de Vitorianos (bem mais de 6000) que fomos a Setúbal e do quão penosa foi a viagem de regresso.
Este ano mais uma vez o sonho existia, era este o ano da ida ao Jamor! Começamos bem, eliminando o Atlet. da Malveira e o Torreense em casa e o Portimonense no Algarve. E nasceu um lema no seio da nação Vitoriana: RUMO AO JAMOR! Seguiu-se um valoroso Merelinense em Braga, o qual vencemos por 2-0. E nas meias-finais a Académica, equipa que tambem alimentava o mesmo sonho. Ganhamos 1-0 em Guimarães e tudo para decidir em Coimbra.
E em Coimbra tudo se decidiu! Desceram de Guimarães mais de 8000 vitorianos, apostados em não deixar fugir o sonho. Estiveram 20000 pessoas no Estádio, mostrando que o futebol Português é bem mais que 3 clubes, num ambiente de festa e sã rivalidade. E no fim cumpriu-se o sonho! 0-0 e ida ao Jamor garantida! Fim a um jejum de 23 anos!
Agora restam-nos alguns objectivos. Primeiro, independentemente do adversário, pintar o Jamor de branco, dividir o estádio, com a maior deslocação Vitoriana de sempre.
Segundo, ganhar! Porque já é hora de o fazermos, é uma injustiça da história que nunca o Vitória tenha ganho a Taça. Mas temos de fazer por o merecer.
Benfica ou Porto é indiferente. O resultado da 1º mão indica que pode ser o Benfica. Seja! Já provamos que os podemos vencer, desde que o jogo não seja inclinado por terceiros! Mas confesso que poderia preferir o Porto. Por uma única razão, assim garantíamos a presença na Supertaça do próximo ano.
Mas repito-me, é indiferente. porque o que importa é que...
VAMOS AO JAMOR!!!
domingo, 27 de março de 2011
sexta-feira, 25 de março de 2011
segunda-feira, 21 de março de 2011
A hora de todas as decisões!
Quando tudo indicava estarmos perante uma época muito razoável do Vitoria, com a equipa a lutar pelo terceiro lugar e com uma presença nas meias-finais da taça, eis que tudo se parece desmoronar a uma velocidade estonteante.
Em Janeiro, com um novo período de trânsferencias aberto, foram tomadas decisões, por parte de uma direcção sem qualquer ideia do que é uma politica coerente de gestão desportiva, que só encaixam em duas categorias: a da insanidade ou a da desonestidade.
A equipa viu-se privada de jogadores essenciais na sua manobra, como Ricardo (central mais utilizado), sem que tenham sido acauteladas essas saídas. Nem ao menos se foi buscar um dos muitos centrais que o vitoria tem emprestados (Vitor Bastos foi convocado para a selecção sub-21). As contratações foram tão inexplicáveis quanto as saídas, pelo menos tendo em conta argumentos desportivos. Se os argumentos forem imobiliários e de gestão da carteira do sr presidente então a discussão será outra. Só assim se percebe a entrada de jogadores como Tony, João Pedro ou Rafael Crivellaro. Junte-se a isto as expectativas de trânsferencias criadas a alguns atletas e que depois não foram cumpridas (ex: João Ribeiro para o CSKA Moscovo).
Perante este cenário dantesco o treinador, Manuel Machado, decidiu dar uma ajuda perdendo completamente o controle. Passaram a suceder-se as decisões erracticas, quer em termos de convocatórias, com jogadores a passarem da titularidade para a bancada e vice-versa com enorme rapidez, quer em termos de opções tácticas e de substituições que foram directamente responsáveis por derrotas como as com naval, académica e porto ou o empate com o Setúbal. Juntando a isso o numero anormal de lesões e Manuel Machado perdeu todo e qualquer rumo, ficando, objectivamente, com condições muito fragilizadas para prosseguir o seu trabalho.
Junte-mos a isso uma situação social em absoluta degradação, com os sócios a abnadonarem o apoio á equipa, as modalidades com salários em atraso perante a indiferença da direção, guerras com a câmara municipal, e o Vitória está hoje na maior encruzilhada da sua história.
È neste cenário que chega a 2ª mão das meias-finais da taça de Portugal, em Coimbra perante a académica, jogo para onde partimos com uma vantagem de 1-0. È o jogo mais decisivo da época, numa altura em que o apuramento Europeu via campeonato começa a estar hipotecado. E é um jogo de altíssimo risco, com uma equipa em sobressalto (refugiada em Melgaço!!?), num campo em historicamente não somos felizes, contra uma equipe que á semanas só pensa neste jogo. Todos os ingredientes pressagiam o desastre.
Mas nem tudo será mau. O apoio dos Vitorianos não falhará (como nunca falha nos grandes momentos) e já provou ser capaz de levar a equipe ao colo pois a nossa crença é real. E o resultado da primeira mão não é de todo negativo, podendo ser gerido.
A hora é de apoiar, até Coimbra todos unidos num mesmo rumo. Mas após o jogo algumas questões deverão ser colocadas. Em caso de insucesso, e porque não acredito que exista na direcção a coragem e integridade para tomarem qualquer atitude digna , creio que caberá aos sócios fazerem cair de imediato a direcção e provocarem um acto eleitoral. Em caso de sucesso, por todos desejados, creio que mesmo assim se deveria exigir á direcção que refrescasse a sua legitimidade através de eleições, tal o grau de degradação a que chegou o Vitória.
Vivemos uma era difícil, aquela em que mais se exige que os grandes Vitorianos dêem a cara. Quem não saiba estar á altura que se afaste. Quem estiver á altura, é hora de dar a cara!
Antes que seja tarde demais.
Tenho Dito!
sexta-feira, 18 de março de 2011
segunda-feira, 14 de março de 2011
Hajam limites!
Devo confessar que acho que uma boa rivalidade é essencial para um espéctaculo como o futebol. Traz um acréscimo de emoção e intensidade das quais o futebol não pode abdicar. Mas existem limites!
Esses começam quando se põem em causa a integridade física das pessoas, quando não se consegue perceber que o futebol não é a coisa mais importante do mundo e se vive o fenómeno com um espírito de guerra, quando por causa de uma minoria deixamos de estar perante um espectaculo familiar qual devia atrair multidões.
Em Portugal todos os limites têm sido ultrapassados. Muitos deles na rivalidade Vitoria-Sporting de Braga. Mas em nenhuma mais do que na já doentia rivalidade Benfica-Porto, que já extravasou para limites absolutamente inaceitáveis, isto perante a complacência de diversos actores. Com Pinto da Costa e Luis Filipe Vieira á cabeça.
São acusações de um lado para o outro, perante uma comunicação social que não hesita em explorar isto sem ter minimamente em conta em possíveis consequencias ou regras da ética jornalistica. Tudo em nome das audiências.
Mas quando temos estes dois clubes, de longe os que ao longo dos tempos mais beneficiaram de todo o tipo de benesses, das arbitrais ás de secretaria, numa guerra aberta por ainda serem mais beneficiados e subverterem o sistema, é o negócio do futebol que perde. Perde porque vê fugir toda a réstia de credibilidade que ainda poderia ter, e perde porque vê um vasto mercado de adeptos do futebol (não confundir com adeptos de clubes) a preferir campeonatos de melhor qualidade e bastante mais seriedade e credibilidade. E os estádios a esvaziaram-se.
As guerras entre Porto (Pinto da Costa) e Benfica (L.F. Vieira) demonstram que o futebol está, hoje em dia, para quem tem baixo nível, falta de educação, e pouca ou nenhuma honestidade.
Mas pior que tudo, esta radicalização tem levado ao extremar de actos de violência, cometidos por criminosos, que aproveitam para disfarçados de adeptos de futebol executarem actos que demonstram a sua natureza anti-social. São elementos cujo comportamento justificaria que estivessem na prisão ou num jardim zoológico. São o tipo de elementos que levam a que as claques de futebol, elemento importante do espéctaculo, mais se pareçam com quadrilhas criminosas. Isto perante a passividade, e muitas vezes apoio, destes 2 clubes.
O ultimo acto deste lamentável filme foi a agressão cometida por dois animais sobre o vice-presidente do Benfica, Rui Gomes da Silva, no Porto. É absolutamente intolerável! Mal estamos se um cidadão não pode defender publicamente o seu clube (concordemos ou não com o que diz). Mal estamos se um cidadão, porque é dirigente de clube A ou clube B já não pode andar descansado no seu próprio país. Actos destes exigem uma resposta decisiva e dura das autoridades.
Mas tão lamentável como a agressão foram as continuas declarações oriundas dos dois clubes e ás quais a comunicação deu grande destaque. Primeiro de um papagaio cobarde chamado João Gabriel, director de comunicação do benfica, que insinuou que poderia ter sido o treinador do Porto a alertar os jagunços para que executassem a agressão. Lamentável, condenável, e sobretudo, patético, por parte de um senhor sem noção do ridículo. Igualmente lamentável foram as declarações de Pinto da Costa, declarando que tudo era uma simulação. Mais uma vez Pinto da Costa branqueia actos de violência, tornando-se assim conivente com os mesmos. E não esqueçamos de estava a falar de um antigo Ministro, alguém que já desempenhou os mais diversos cargos políticos e com uma carreira profissional reconhecida. Existem coisas que nem se pensam, quanto mais serem ditas. Apenas podem ser atribuídas á já avançada idade de Pinto da Costa e um elevado estado de senilidade.
Espero que estes actos acabem, para bem do futebol e de um publico já bastante enfastiado deste triste espéctaculo.
Tenho Dito
terça-feira, 8 de março de 2011
Geração "á rasca"!
Não brinquemos com coisas sérias! O nosso país foi invadido nos últimos tempos por uma tentativa de se iniciar uma contestação geral a tudo que é politica e politico que é absolutamente perigosa.
Vivemos em tempos de crise profunda, em que as perspectivas de futuro para uma geração que vai dos 15 aos 35 anos são profundamente negativas. Isso deve-se a uma governação incompetente, a um autismo da classe politica e dos partidos, e a um governo onde reinam os truques, os enganos, as mentiras. O que se passou em Viseu foi bem exemplo disso.
Um grupo de jovens, no seu desespero, encontrou uma forma de protesto original, mas pacifica, durante um jantar do PS. Foram corridos com violência por parte de seguranças do PS (!!! grande originalidade), enquanto o PRIMEIRO-MINISTRO DE PORTUGAL, na tribuna, gozava com eles e comparava o seu protesto a uma brincadeira de Carnaval, perante dezenas de "bonecos" que abdicando de qualquer vergonha própria aplaudiam e incentivavam. Mas, não contente, o sr. PRIMEIRO-MINISTRO repetiu a cena e as piadolas recheadas ironia para as televisões! Lamentável, uma mostra clara do quão desfasado da realidade está.
Este estado de coisas leva a um crescente ambiente de revolta, contestação e desespero. E infelizmente os caminhos escolhidos para demonstrar essa revolta não estão a ser os melhores. Votações como as que teve o Coelho da Madeira foram um aviso sério, que pareceu ter sido ignorado. Temos agora que um grupo de humoristas, os homens da luta, que escolheram a forma de luta politica da esquerda radical como numero cómico, aparecem agora como símbolos da contestação (após ganharem o festival da canção!?). E outros sinais preocupantes de populismo se vão acumulando.
Não gozemos com quem sofre e com quem luta por uma politica melhor! A mudança só se faz dentro do sistema, participando politicamente nos partidos que temos, trocando os maus políticos por bons políticos, correndo com caciques e quem se deixa cacicar, com ideias, projectos políticos sérios e credíveis, renovando a democracia, renovando os protagonistas.
Não acredito na ideia de que o nosso povo é fantástico e os políticos são todos maus! Temos maus políticos, como temos maus médicos, jornalistas, futebolistas, padeiros, estudantes, desempregados, juízes, etc... E o inverso também é verdade, em todas as classes existe gente excepcional, capaz de afrontar e vencer estas crises.
Somos a geração "á rasca", não sejamos a geração da estupidez. O nosso povo no passado soube afrontar a tirania, não zombemos da sua luta comparando humoristas a Zeca Afonso. Todos temos o direito de protestar, o dever de intervir, não temos é o direito de conduzir o país a situações de difícil retorno.
Derrubar o governo? Sim, está na hora.
Derrubar toda a classe politica e o sistema? Não brinquemos!
Tenho Dito
domingo, 6 de março de 2011
sábado, 5 de março de 2011
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