segunda-feira, 20 de junho de 2011

Novo Governo -notas rápidas




Algumas notas que me parece interessante referir:




.Muito bem Passos Coelho pela rapidez e descrição com que formou o governo. Praticamente nenhum especialista adivinhou a composição deste governo, especialmente nas suas pastas mais decisivas. Um bom começo.




.Um governo jovem e com uma capacidade técnica reconhecida. Alguns apontam alguma falta de peso politico mas, como li hoje, devemos ser o único país em que culpando os políticos pela crise nos queixamos depois, quando são escolhidos técnicos, da sua falta de "peso politico".




.4 independentes, 4 militantes do PSD, 3 militantes do CDS. Parece-me equilibrado.




.ao contrário da maioria dos independentes que o PSD incluiu nas suas listas, os escolhidos para o governo parecem ser escolhas acertadas e que trarão mais-valias. Junte-se a isso o facto de serem nomes relativamente desconhecidos do publico em geral, o que lhes trará uma maior "almofada" de tempo para porem em prática as medidas necessárias.


.As escolhas do CDS, Portas nos negócios Estrangeiros, Mota Soares na Segurança social e Assunção Cristas na Agricultura, Mar, Ambiente e Ord. do Território, são para áreas nas quais este partido se destacou. Assunção Cristas, tendo um super-ministério, tem uma missão difícil e arriscada.


.Os ministros "PSD" são escolhas pelo seguro, do circulo próximo de Passos. Surpreende Miguel Macedo na Administração Interna, ministério complicado, e Aguiar Branco na defesa. Mas Ambos podem fazer um bom trabalho.



. Vítor Gaspar (Estado e Finanças) e Álvaro Santos Pereira (Economia e emprego) têm obra escrita sobre as áreas que vão tutelar. Nuno Crato também. Mota Soares tem um trabalho reconhecido na área da Segurança Social. Paula Teixeira da Cruz tem uma carreira reconhecida na área da justiça. Tais êxperiencias , académicas e profissionais, só podem ser mais valias para o Governo. E é mais importante ter-se um pensamento estruturado sobre a área que se vai tutelar, do que ter peso politico ou ser bem falante. Disso já havia que chegasse nos anteriores governos.




. È de facto um governo pequeno, 11 ministros apenas. Mas é um governo com ministérios gigantescos, como a Economia (engloba economia, emprego, obras publicas, energia, transportes) ou o da Agricultura (agricultura, mar, ambiente, ordenamento do território). E não esquecer que o Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, tem sobre a sua tutela as Autarquias, o Desporto, a Juventude. Tal facto torna mais importante do que nunca a escolha da equipe de secretários-de-estado. Deve ser seguido o mesmo caminho de equilíbrio entre independentes e membros dos partidos. Estes secretários- de-estado terão um estatuto prácticamente equivalente ao de Ministros, pelo que a qualidade deve ser a mesma que reconhecemos aos Ministros.




.Curioso verificar que apesar de alguns profissionais do mal dizer terem tentado vender a ideia de um governo que "desiludiu" ou de "segundas escolhas", ainda não vi nenhum dos representantes das principais áreas de actividade criticarem os ministros escolhidos para tutelarem o seu sector. É um bom principio.




.Única nota de desagrado; enquanto militante do PSD gostaria de ter visto o Secretário-geral ficar de fora do governo para se poder concentrar em dirigir o Partido nas difíceis batalhas que se avizinham. Passos é a face visível do governo, seria importante que o PSD tivesse também uma face visível, que não se misturasse com as do governo e pudesse, na arena da luta partidária, confrontar-se com os lideres dos partidos a sua esquerda, sobretudo o que sair das directas do PS. Miguel Relvas encaixava bem nessa função, creio até que era esse o seu desejo, Passos não pensou assim. Creio que os estatutos obrigam a que agora se escolha novo secretário-geral, um que não esteja no Governo. Ficam votos de que seja uma figura com peso e credibilidade para ser a "cara" do partido.




Tenho Dito

1 comentário:

luis cirilo disse...

mais ou menos de acordo. acho apenas que há "pouco" PSD no governo em comparação com os independentes e o CDS.
Assunto a ajustar na escolha de secretários de estado. Assim se espera pelo menos