Ambos ascenderam á governação dos seus países sensivelmente na mesma altura.
Ambos o fizeram em circunstancias inesperadas (em Portugal Sampaio dissolveu a Assembleia fazendo cair o governo de Santana Lopes; em Espanha a reacção aos atentados de 11 de Março roubou uma vitória quase certa ao PP).
Ambos representavam uma nove geração de socialistas Europeus, mais abertos para questões como o ambiente, novas tecnologias, investigação.
Ambos sucederam a governos do centro-direita que tinham rumos definidos. Em Portugal os governos Durão/Santana procuravam recuperar o rumo após anos de Guterrismo que deitaram ao ar 10 anos de progresso económico e social; em Espanha vivia-se o milagre Espanhol, em que o governo de Aznar tinha tornado a Espanha numa das mais sólidas economias mundiais.
Ambos tiveram uma governação económica absolutamente desastrosa, que levou ao aumento desenfreado do desemprego, da precariedade, á desconfiança dos mercados, á fragilização do Euro.
Com tantas semelhanças, o que diferencia então estes dois governantes e amigos próximos? Muito simplesmente o mesmo que separa Portugal e Espanha, MATURIDADE DEMOCRÁTICA!
A maturidade democrática que José Luís Rodriguez Zapatero demonstrou quando perante um país absolutamente descontente com os resultados da sua governação, e no meio de uma grave crise económica, anunciou a sua não-recandidatura no final do seu mandato, abrindo um novo ciclo quer para o seu país, quer para o seu partido, o qual pode agora renovar-se e preparar o futuro.
Perante uma crise económica e social ainda mais grave, a demissão do governo, o descontentamento do povo, o que fez José Socrates? Anunciou uma recandidatura, mostrando um enorme apego ao poder, e deixou em aberto a hipótese de mesmo em caso de derrota continuar como líder do PS, o que condenaria este partido a uma larga travessia do deserto, sem a renovação de quadros de que urgentemente precisa.
Essa é a falta de maturidade democrática que leva a que em Portugal, desde a instauração da democracia, tenham havido 8 primeiro-ministros (sem contar com os do prec), a saber: Mário Soares (em 2 períodos diferentes), Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates. Em Espanha houveram no mesmo periodo 4 primeiro-ministros, a saber: Adolfo Suarez, Felipe Gonzales, José Maria Aznar, José Luis Rodriguez Zapatero. E todos saíram pelo seu próprio pé!
Tenho Dito
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