Chegamos ao fim da campanha eleitoral, mais uma, mas talvez a mais importante das ultimas décadas. E ao contrário do que os profissionais da má-lingua debaixo da mascara de comentadores dizem, foi uma campanha onde até se lançaram ideias, ficaram claras diferenças entre projectos e o nivel do debate, embora ás vezes durinho (nada de mal nisso), foi interessante.
Comecemos pelo mais que provavel vencedor das eleições, o PSD. Foi uma campanha de altos e baixos, que começou com demasiada gente a falar e demasiadas ideias soltas lançadas para o ar. Felizmente foi arrepiado caminho a tempo e a campanha entrou numa dinãmica de vitória que não sendo imparável, foi pelo menos segura. Passos Coelho foi um lider que procurou discutir ideias, apresentar soluções. E se nem todas terão sido certeiras, ao menos fica aí a marca de um lider. Um lider discute as suas ideias e propostas. Claro que é mais facil não ter ideias e criticar as dos outros, mas nunca foi esse o caminho seguido. E em alguns casos, como no da taxa social única ou no da novas oportunidades, demonstrou-se a coragem de discutir o que era preciso, sem taticismos ou medo de afrontar certos sectores de voto.
Do PS ressalta sobretudo o desespero de verem o poder fugir. Não se viu ao longo da campanha uma única proposta ter origem no PS. Foi uma campanha de soundbites, procurando criar casos, focados em eventual erros dos adversários, e até, procurando criar factos onde eles não existiam recorrendo mesmo, em alguns casos, á mentira. Foi uma campanha assente num mantra (falso), o de que a situação que vivemos é culpa da "crise internacional" e dos malandros "da oposição que criaram a crise derrubando o governo. Foi um mantra repetido com uma fidelidade absoluta, quasenivel de seita, mas cujo efeito se esgotou nops primeiros dias de campanha. Foi tambem uma campanha que viveu dos balões de ar oferecidos por sondagens irrealistas de empresas de sondagens que ano apos ano reafirmam a sua incompetencia, e por uma imprensa ainda demasiado temerosa do poder para fazer o seu trabalhgo com a isenção e competencia exigida. O PS vai perder, prova disso é que muitos desapereceram nos ultimos dias (onda andam Santos Silva ou Jorge lacão), resta é saber até onde irá o mau perder.
O CDS prepara-se para ter vum optimo resultado e ser o parceiro de governo do PSD. Por mérito próprio, pois trabalharam para isso. Foi um partido que nunca abdicou das suas bandeiras (agricultura, segurança, desemprego, solidariedade social), e que em relação á troika demonstrou uma atitude responsável e de estado, ao contrário da esquerda. E do resultado do CDS depende o tamanho da derrota do PS, pois vários são os circulos eleitorais em que a disputa de deputados é feita directamente entre estes dois partidos (Açores, Leiria, Porto; Guarda, Vila Real).
De PCP e BE não´há muito a apontar. Desde cedo, e fruto da sua postura de nunca serem solução para nada, se percebeu que não passava por lá o futuro do País. O certo é que ninguem pode contar com estes partidos para mais do que criticas e juizos de valor. Com os resultados que vão estar á vista. O PCP manterá o ultimo resultado, muito por força da sua fidelissima base eleitoral e da popularidade do seu lider. O BE vai sofrer um merecido tombo como punição dos seus sucessivos erros politicos. mas mesmo assim deverão ter um nº razoavel de eleitos. Mas passam a 5ª força politica.
Dos restantes partidos pouco há a contar. Vitimas de um tratamento desigual por parte da imprenssa, e em alguns casos de uma mensagem e ideologia inexistente ou ridicula (partido dos animais?!), o certo é que poucos os levam a sério. Isto apesar de haver partidos que fizeram pela vida. Destaco neste aspecto o PCTP-MRPP, o MEP ou o PPM. São partidos com mensagem própria (concorde-se ou não), nalguns casos com uma longa história, e que fizeram campanhas esforçadas. E creio que a democracia saia a ganharse em Lisboa se elegesse o nº1 de cada um destes 3 partidos em vez de um 17º do PSD, um 16º do PS ou um 5º da CDU.
Foi a campanha que tivemos. O verdadeiro desafio começa segunda-feira!
Tenho Dito!
1 comentário:
As conclusões que tiro desta campanha são simples:
O PSD ficará,previsivelmente,a dever a si próprio uma maioria absoluta.
O PS (e Sócrates) enveredaram por uma estratégia de desespero e só há dois ou três dias perceberam que iam perder.
O CDS esteve sempre com um pé dentro e um pé fora de uma coligação com o PSD. Piscando o olho ao PS.
O PCP atingiu o objectivo. Mantém pósições e fica(tudo o indica) á frente do BE.
O BE limitou-se a comprovar que não serve para nada. Esvaziamento á vista.
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