sábado, 17 de março de 2012
Eleições Vitória - 1ª análise
Estas têm sido para mim umas eleições muito atípicas, uma vez que as tenho acompanhado algo á distância. Não irei por isso ser muito profundo nesta análise, algo que deixarei para a segunda semana, na qual conto acompanhar a campanha mais de perto.
Nesta 1ª semana tiveram inicio as sessões de esclarecimento e podemos assistir ás primeiras entrevistas, com especial destaque ás dadas á Radio Santiago.
Essas entrevistas funcionariam como um primeiro teste á capacidade de Júlio Mendes e Pinto Brasil, e o que se pode dizer é que nenhum deles esteve a grande nível, embora Júlio Mendes tenha estado menos mal que Pinto Brasil.
A campanha tem sido dominada por um assunto, SAD ou SDUQ. É sem dúvida a grande questão, mas não creio que seja positivo para o clube que o debate se resuma a isso. São muitas mais as questões a discutir, e os problemas a enfrentar.
A campanha da Lista A tem sido marcada por uma enorme vontade de apresentar o seu projecto, com bastantes sessões de esclarecimento, com entrevistas detalhadas. Registo a elevação exibida ao evitar-se fazer considerações sobre a outra lista e a disponibilidade demonstrada para o debate e confronto de ideias.
Registo no entanto que em termos de imagem e de mensagem ainda existe muito a fazer e não me parece que Júlio Mendes tenha ainda encontrado o registo certo, sendo muitas vezes algo vago, o que pode passar uma imagem de arrogância.A excessiva centralização da campanha na questão SAD é a meu ver um erro de estratégia que deve ser corrigido nas próximas semanas.
A campanha da Lista B tarda em arrancar e creio que sofre de alguma "esquizofrenia" quanto á mensagem.Não me parece compatível querer passar uma imagem de lista de renovação e ao mesmo tempo ser a que defende a manutenção do estilo de gestão.Ainda não saíram das propostas genéricas, algumas muito irrealistas (a de ter empréstimos das grandes equipas mundiais).
Pinto Brasil procura marcar a diferença através da disponibilidade para injectar de imediato 3 milhões, mas tem de mostrar como pensa fazê-lo, pois recorrer á banca é regressar ao passado negro. Registo ainda que grande parte desta semana da Lista B foi passada com considerações e ataques, muitos de natureza pessoal e passando a fronteira da boa educação, a elementos da lista A. Não é certamente a postura que se espera de quem tem pretensões a dirigir o Vitória. E da lista B vem o primeiro grande ponto negativo desta campanha, a recusa de debates, com o argumento mais inacreditável que já ouvi, o de que as listas têm projectos demasiado diferentes para ser debatidos !!?
Ainda falta muita campanha, mas aqui deixarei uma lista de desejos para a segunda semana:
.que se debata mais do que modelos de gestão
.que se debata a estratégia para o futebol do vitória nos próximos anos (grande atenção para o debate dos vices na quinta na Santiago)
.que se debata e se apresente modelos viáveis para o futuro das modalidades, sobretudo as de alta-competição. basquetebol e voleibol. (que tem de ser auto suficientes já todos sabemos, falta é saber como)
.qual a estratégia de marketing que as listas preconizam para que o vitória comece a retirar alguma rentabilidade dessa área
. como se situará o Vitória nas grandes questões do futebol nacional, sobretudo na questão do alargamento do campeonato e na extremamente decisiva questão da centralização dos direitos televisivos
.qual a estratégia para a formação e, sobretudo, se iremos ou não ter uma equipa B já na próxima época
Espero uma segunda fase de campanha muito mais esclarecedora e positiva. Estejam as candidaturas disponíveis para isso. Pelo Vitória.
Tenho Dito
PS: ainda não tenho sentido de voto definido. Se as eleições fossem amanhã, votaria lista A, mas como não são irei aproveitar o que falta de campanha para esclarecer as muitas dúvidas que tenho. Creio ser essa a atitude saudável, que a maioria dos vitorianos deviam seguir(e aqui aproveito para criticar a postura de alguns "jagunços virtuais" que mais não fazem do que passar os dias em fóruns vitorianos, insultando todos aqueles que demonstram alguma inclinação para as ideias da lista A). Para isso servem as campanhas.
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