quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Reflexão sobre a campanha presidencial


Domingo somos chamados a votar para eleições Presidenciais. É um acto eleitoral cujo resultado é de elevada importancia para o futuro do nosso país. Daí a minha desilusão com a pobreza da campanha que até aqui tivemos. Ideias sobre o desempenho das funções foam poucas, muitas poucas. Calunias e suspições e demagogia foi coisa que não faltou.

Comecemos por Cavaco Silva! Cavaco começou a campanha tentando conjugar um registo entre o candidato e o Presidente da Républica de um País em plena crise mas cedo percebeu que tal não ia ser possivel, tal foi a campanha de calunias e insinuações de que foi alvo. Como ele bem caracterizou, num momento feliz, uma campanha de "vil baixeza". E aí apareceu o Cavaco, a um nível que neste país poucos conseguem acompanhar, porque poucos conseguem transmitir uma imagem de credibilidade e confiança como Cavaco. E a partir daí Cavaco foi a campanha e a campanha foi Cavaco. Nada mais.

Manuel Alegre teve uma campanha absolutamente desastrosa. Perdido o seu grande trunfo de á 5 anos, a independencia dos partidos, Alegre viu-se envolvido numa teia de apoios entre o PS e o BE da qual nunca se conseguiu soltar ou até disfarçar o incómodo. Junte-se a isto um discurso retrógado e ideias ultrapassadas (chegou a falar em Humberto Delgado!!!) e temos a receita para o desastre.

Fernando Nobre pagou a inexperiencia. Começou aos soluços, sem grande dinâmica. Mas nestes ultimos dias nota-se um crescer da sua campanha e do apoio popular, assente no descontentamento com os partidos, e até já se põe a hipotese de poder alcançar Alegre. É pena é o excessivo dramatismo da seu discurso.

Francisco Lopes, o "camarada Xico Lopes" fez o seu papel, tentar segurar o eleitorado comunista, fazendo campanha sobretudo nos bastiões comunistas, onde estava mais á vontade. E repetiu a cassete até á exaustão.

Defensor Moura e José Manuel Coelho cumpriram os seus respectivos papeis. O primeiro foi o encarregado de ir lançando "lama" sobre Cavaco, coisa que fez. O segundo foi o candidato pitoresco, e fez uma campanha divertida, o que lhe foi granjeando simpatias pelo país. E sempre foi denuncindo o "tiranete da Madeira", sei ódio de estimação.

Tudo dito, Cavaco vai ganhar á primeira volta, e depois fará um mandato sem dúvida mais interventivo. Desenganem-se no entanto os que pensam que ele correrá com Sócrates. Não o fará. Mas Sócrates caíra sozinho. Mais cedo que tarde.

Quanto ao resto, creio que seria muito positivo se Nobre ficasse á frente de Alegre e Coelho á frente de Defensor.

Tenho Dito

1 comentário:

luis cirilo disse...

Também gostava de ver Nobre á frente de Alegre. Seria merecido.
Coelho,esse tiririca á portuguesa,acredito que fique á frente desse execrável Defensor Moura.
MAs se Cavaco será o grande vencedor falta saber quem serão os derrotados para além dos candidatos.
Sócrates,evidentemente,mas pode haver outros.
O futuro o dirá