segunda-feira, 14 de março de 2011

Hajam limites!


Devo confessar que acho que uma boa rivalidade é essencial para um espéctaculo como o futebol. Traz um acréscimo de emoção e intensidade das quais o futebol não pode abdicar. Mas existem limites!

Esses começam quando se põem em causa a integridade física das pessoas, quando não se consegue perceber que o futebol não é a coisa mais importante do mundo e se vive o fenómeno com um espírito de guerra, quando por causa de uma minoria deixamos de estar perante um espectaculo familiar qual devia atrair multidões.

Em Portugal todos os limites têm sido ultrapassados. Muitos deles na rivalidade Vitoria-Sporting de Braga. Mas em nenhuma mais do que na já doentia rivalidade Benfica-Porto, que já extravasou para limites absolutamente inaceitáveis, isto perante a complacência de diversos actores. Com Pinto da Costa e Luis Filipe Vieira á cabeça.

São acusações de um lado para o outro, perante uma comunicação social que não hesita em explorar isto sem ter minimamente em conta em possíveis consequencias ou regras da ética jornalistica. Tudo em nome das audiências.

Mas quando temos estes dois clubes, de longe os que ao longo dos tempos mais beneficiaram de todo o tipo de benesses, das arbitrais ás de secretaria, numa guerra aberta por ainda serem mais beneficiados e subverterem o sistema, é o negócio do futebol que perde. Perde porque vê fugir toda a réstia de credibilidade que ainda poderia ter, e perde porque vê um vasto mercado de adeptos do futebol (não confundir com adeptos de clubes) a preferir campeonatos de melhor qualidade e bastante mais seriedade e credibilidade. E os estádios a esvaziaram-se.

As guerras entre Porto (Pinto da Costa) e Benfica (L.F. Vieira) demonstram que o futebol está, hoje em dia, para quem tem baixo nível, falta de educação, e pouca ou nenhuma honestidade.

Mas pior que tudo, esta radicalização tem levado ao extremar de actos de violência, cometidos por criminosos, que aproveitam para disfarçados de adeptos de futebol executarem actos que demonstram a sua natureza anti-social. São elementos cujo comportamento justificaria que estivessem na prisão ou num jardim zoológico. São o tipo de elementos que levam a que as claques de futebol, elemento importante do espéctaculo, mais se pareçam com quadrilhas criminosas. Isto perante a passividade, e muitas vezes apoio, destes 2 clubes.

O ultimo acto deste lamentável filme foi a agressão cometida por dois animais sobre o vice-presidente do Benfica, Rui Gomes da Silva, no Porto. É absolutamente intolerável! Mal estamos se um cidadão não pode defender publicamente o seu clube (concordemos ou não com o que diz). Mal estamos se um cidadão, porque é dirigente de clube A ou clube B já não pode andar descansado no seu próprio país. Actos destes exigem uma resposta decisiva e dura das autoridades.

Mas tão lamentável como a agressão foram as continuas declarações oriundas dos dois clubes e ás quais a comunicação deu grande destaque. Primeiro de um papagaio cobarde chamado João Gabriel, director de comunicação do benfica, que insinuou que poderia ter sido o treinador do Porto a alertar os jagunços para que executassem a agressão. Lamentável, condenável, e sobretudo, patético, por parte de um senhor sem noção do ridículo. Igualmente lamentável foram as declarações de Pinto da Costa, declarando que tudo era uma simulação. Mais uma vez Pinto da Costa branqueia actos de violência, tornando-se assim conivente com os mesmos. E não esqueçamos de estava a falar de um antigo Ministro, alguém que já desempenhou os mais diversos cargos políticos e com uma carreira profissional reconhecida. Existem coisas que nem se pensam, quanto mais serem ditas. Apenas podem ser atribuídas á já avançada idade de Pinto da Costa e um elevado estado de senilidade.

Espero que estes actos acabem, para bem do futebol e de um publico já bastante enfastiado deste triste espéctaculo.
Tenho Dito

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