segunda-feira, 21 de março de 2011

A hora de todas as decisões!


Quando tudo indicava estarmos perante uma época muito razoável do Vitoria, com a equipa a lutar pelo terceiro lugar e com uma presença nas meias-finais da taça, eis que tudo se parece desmoronar a uma velocidade estonteante.

Em Janeiro, com um novo período de trânsferencias aberto, foram tomadas decisões, por parte de uma direcção sem qualquer ideia do que é uma politica coerente de gestão desportiva, que só encaixam em duas categorias: a da insanidade ou a da desonestidade.

A equipa viu-se privada de jogadores essenciais na sua manobra, como Ricardo (central mais utilizado), sem que tenham sido acauteladas essas saídas. Nem ao menos se foi buscar um dos muitos centrais que o vitoria tem emprestados (Vitor Bastos foi convocado para a selecção sub-21). As contratações foram tão inexplicáveis quanto as saídas, pelo menos tendo em conta argumentos desportivos. Se os argumentos forem imobiliários e de gestão da carteira do sr presidente então a discussão será outra. Só assim se percebe a entrada de jogadores como Tony, João Pedro ou Rafael Crivellaro. Junte-se a isto as expectativas de trânsferencias criadas a alguns atletas e que depois não foram cumpridas (ex: João Ribeiro para o CSKA Moscovo).

Perante este cenário dantesco o treinador, Manuel Machado, decidiu dar uma ajuda perdendo completamente o controle. Passaram a suceder-se as decisões erracticas, quer em termos de convocatórias, com jogadores a passarem da titularidade para a bancada e vice-versa com enorme rapidez, quer em termos de opções tácticas e de substituições que foram directamente responsáveis por derrotas como as com naval, académica e porto ou o empate com o Setúbal. Juntando a isso o numero anormal de lesões e Manuel Machado perdeu todo e qualquer rumo, ficando, objectivamente, com condições muito fragilizadas para prosseguir o seu trabalho.

Junte-mos a isso uma situação social em absoluta degradação, com os sócios a abnadonarem o apoio á equipa, as modalidades com salários em atraso perante a indiferença da direção, guerras com a câmara municipal, e o Vitória está hoje na maior encruzilhada da sua história.

È neste cenário que chega a 2ª mão das meias-finais da taça de Portugal, em Coimbra perante a académica, jogo para onde partimos com uma vantagem de 1-0. È o jogo mais decisivo da época, numa altura em que o apuramento Europeu via campeonato começa a estar hipotecado. E é um jogo de altíssimo risco, com uma equipa em sobressalto (refugiada em Melgaço!!?), num campo em historicamente não somos felizes, contra uma equipe que á semanas só pensa neste jogo. Todos os ingredientes pressagiam o desastre.

Mas nem tudo será mau. O apoio dos Vitorianos não falhará (como nunca falha nos grandes momentos) e já provou ser capaz de levar a equipe ao colo pois a nossa crença é real. E o resultado da primeira mão não é de todo negativo, podendo ser gerido.

A hora é de apoiar, até Coimbra todos unidos num mesmo rumo. Mas após o jogo algumas questões deverão ser colocadas. Em caso de insucesso, e porque não acredito que exista na direcção a coragem e integridade para tomarem qualquer atitude digna , creio que caberá aos sócios fazerem cair de imediato a direcção e provocarem um acto eleitoral. Em caso de sucesso, por todos desejados, creio que mesmo assim se deveria exigir á direcção que refrescasse a sua legitimidade através de eleições, tal o grau de degradação a que chegou o Vitória.

Vivemos uma era difícil, aquela em que mais se exige que os grandes Vitorianos dêem a cara. Quem não saiba estar á altura que se afaste. Quem estiver á altura, é hora de dar a cara!

Antes que seja tarde demais.

Tenho Dito!

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