E deu-se a ruptura. Por algo equivalente a 0,1% do PIB. E, como não podia deixar de ser na politica portuguesa, com muitos relatos desencontrados. Mas vamos ser claros quanto á leitura dos factos, até porque já não pachorra nenhuma para que andem a brincar connosco.
O PSD após ter sido enganado na questão do PEC2, como se viu pelo aumento descontrolado da despesa, ainda foi sensível aos muitos apelos que recebeu e, mesmo contra os instintos certíssimos do seu líder, decidiu dar mais uma oportunidade a um governo que tudo fez para não merecer a confiança de ninguém.
Para efeito apresentou uma serie de propostas muito razoáveis, com perfeita sustentação técnica, que não corrigiriam um mau orçamento, mas o tornariam menos injusto. Ao mesmo tempo o governo, através dos seus arruaceiros de serviço (Silva Pereira, Lacão e Santos Silva) lançava ataques totalmente despropositados e de mau gosto.
O PSD nomeou para as negociações uma equipa composta UNICAMENTE por técnicos de reconhecida competência, liderados por uma figura insuspeita como é Eduardo Cartroga. O governo teve a desfaçatez de colocar na sua equipa o Ministro Lacão que tudo tem feito para sabotar qualquer hipótese de entendimento. Basta ouvi-lo.
Mas apesar de tudo parecia que ia haver acordo, já teriam sido acordados os termos de uma declaração e tudo. E era um acordo com cedências de parte a parte, como devem ser todos. Até que á ultima da hora o Governo/PS voltou atrás. E fê-lo por se recusar a cortar na despesa ( algo que começo a acreditar ser geneticamente impossível para um socialista português). E fê-lo com acusações inacreditáveis e de uma falta de cortesia inqualificável.
Depois foi o que se viu, um blitz televisivo de ambos os partidos, cada um expondo os seus motivos. E quem assistiu a essas intervenções não fica com dúvida nenhuma de quem diz a verdade. É o PSD!
É o PSD que diz a verdade, não só por causa da já épica falta de credibilidade do governo, mas sobretudo pelos argumentos e pela serenidade com que foram expostos. Quem falou pelo PSD não hesitou em expor de forma detalhada as propostas do partido, como não iriam afectar o défice, a educação e até a saúde, e até em mostrar onde tinham falhado as negociações. Da parte do governo apenas se ouviu repetidamente uma historia de como as propostas do PSD iam afectar as forças de segurança e os militares. Patético!
E aqui nos encontramos, com o Conselho De Estado convocado por Cavaco Silva, numa ultima esperança de meterem juízo a Sócrates, e com uma ligeira esperança que no Conselho Europeu Sócrates ouça das que não quer.
Mas a verdade dos factos, e analisada toda esta história é só uma; o PS não quer aprovar o orçamento, quer provocar uma crise e fazer o numero da vitimização que tão bem conhece. E quanto a isso não há nada a fazer, só resta ir a votos. E confiar na sabedoria do povo Português, que não se deixará enganar novamente ( hoje uma sondagem do DE/TSF já dá 42% ao PSD e apenas 25,1% ao PS). Pode tardar, mas os mentirosos acabam sempre por ser punidos.
Tenho Dito.
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